segunda-feira, 9 de abril de 2018

Acidentes com raios crescem em Minas e números já são alarmantes


Acidentes com raios crescem em Minas e números já são alarmantes


Desde o início do período chuvoso em Minas Gerais, pelo menos sete pessoas já morreram vítimas de descargas elétricas. 
A última ocorrência foi nessa segunda-feira (4), em Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas. 
O lavrador Newton Ferreira da Silva, de 67 anos, morreu após ser atingido por um raio quando estava a beira da represa de Furnas. 
De acordo com o Sistema de Localização de Tempestades (SLT) da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), em 2012 foram registradas 879.545 descargas elétricas no Estado, contra 300.021 registradas em 2011. 
Uma das possíveis causas para este dado alarmante é o aumento da incidência de raios no Estado ao longo dos últimos três anos.

Os números revelam ainda que apesar do aumento de descargas elétricas registradas em 2012, esse número ainda é bem menor do que a incidência de raios no período compreendido entre 1999 e 2009. Em 2002, por exemplo, foram registrados 1.640.241 de descargas elétricas, ou seja, quase o dobro do registrado no ano passado.

Segundo o técnico de Planejamento Hidroenergético da Cemig, Carlos Wagner Coelho, uma das explicações para a queda de descargas elétricas ao longo dos últimos três anos em relação ao período anterior é o fator climático. “Em 2010 e 2011, por exemplo, a chuva foi mais constante, como aconteceu na semana passada em Belo Horizonte e quase todo o Estado de Minas. Ou seja, a temperatura estava mais baixa e isso faz com que o número de raios diminua muito ou até cesse”. 
O contrário acontece nas primeiras chuvas do período chuvoso, como em meados de janeiro deste ano, quando a temperatura alta, combinada à umidade também elevada, provocaram tempestades com alta incidência de raios no Estado.
Outro fator que proporciona o maior número de descargas elétricas em Minas é a posição geográfica e a combinação do clima tropical com a chegada de frentes frias. Segundo Carlos Wagner Coelho, regiões com maior altitude como o Sul de Minas e Zona da Mata tem maior incidência de raios. Existe ainda uma discussão sobre a mineração do Estado, mas ainda não há estudos que comprovem a relação entre o fenômeno e a atividade. “Há uma incidência maior realmente na região do Quadrilátero Ferrífero, mas tem também a questão da altitude do local, então não é possivel explicar se, de fato, há alguma relação”.
Acidentes com raios
Segundo um levantamento realizado pelo meteorologista do Climatempo, Ruibran dos Reis, sete pessoas morreram atingidas por descargas elétricas no ano passado em Minas, entre os meses de setembro e dezembro. 
Outras oito sofreram acidentes com raios e sobreviveram. Em todo o país foram 42 mortes por descargas elétricas em 2012.
O meteorologista alerta para o perigo das tempestades e garante que em muitos casos os acidentes acontecem por descuido das pessoas. “A maioria das mortes ocorreram por as pessoas se encontrarem em locais abertos. 
Quando ouvirem um trovão e verificar sinais de chuvas fortes, deve-se parar e agachar com os pés juntos”, recomenda.
A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) não tem nenhum dado sobre os acidentes com descargas elétricas no Estado em 2012. 
O órgão informou que não fez nenhum levantamento e também trabalha com os números do meteorologista Ruibran dos Reis.

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