Nada é para sempre. E, em se tratando de
condomínios, é bom que isso fique claro, já que tudo precisa de
manutenção, principalmente quando se trata de instalações elétricas.
O entendimento entre os especialistas é que a
durabilidade das instalações de um empreendimento gire em torno de 30
anos. E é possível imaginar como a demanda por energia elétrica dentro
das unidades mudou nesse período de tempo.
A estimativa da Procobre, instituição que
promove estudos e pesquisas sobre o uso de cobre na América Latina, é de
que a demanda por energia elétrica aumentou em seis vezes nesse
período. Para ilustrar a situação, na década de 1980, um modelo comum de chuveiro era de 1.800W.
Hoje a potência do aparelho chega a 6 mil W.
No passado, um fio de bitola de 2,5 mm era mais que o suficiente para
suprir as necessidades de uma casa. Agora, essa medida é de 6 mm.
Portanto, muitos condomínios ainda contam
com instalações defasadas, e os riscos vão desde quedas de energia
e incêndios a choques de alta voltagem, que podem, inclusive, matar uma
pessoa. E não custa lembrar que que o síndico é co-responsável pela segurança dos moradores.
Por isso, tal questão - muitas vezes
negligenciada por síndicos e administradores - deve ser tratada com
seriedade e atenção, até porque, além dos riscos, também pode gerar
desperdícios consideráveis para o condomínio, devido a fuga de energia.
Veja abaixo o que fazer para não ficar às escuras e evitar acidentes e desperdícios
Sinais de que as instalações elétricas estão com problema
Se a instalação elétrica de todo o
empreendimento está antiga ou não está apta para tanta demanda, pequenas
falhas começam a acontecer: energia que vive caindo, luz
piscando, tomadas que esquentam, pequenos choques, quedas dos
disjuntores, cheiro de queimado ou de fumaça.
Esses sinais mostram que a rede elétrica precisa
de uma intervenção. Por isso, um zelador atuante pode ajudar, e muito, a
captar os primeiros sinais de que algo não vai bem, ao relatar
imediatamente para o síndico.
Os custos com reformas serão menores do que se o problema for adiado indefinidamente.
Nesses casos, vale chamar uma empresa especializada
no assunto, que deve contar com um engenheiro elétrico e com a
aparelhagem necessária, como aparatos que medem fuga da energia e que
gerenciam o consumo.
Assim, ele vai poder diagnosticar corretamente o que há de errado com o condomínio.
Inspeção e manutenção
A medida mais usada por condomínios que começam a sentir problemas elétricos é a troca do disjuntor. Essa, porém não é a melhor decisão a ser tomada.
O ideal, em casos em que há quedas frequentes do
disjuntor, é que seja feita a troca dos fios em questão, para que
assim, o uso da energia elétrica aconteça de forma responsável.
O ideal é que prédios façam uma inspeção
completa da parte elétrica a cada cinco anos, com empresa especializada.
Novas edificações podem esperar dez anos.
Em prédios com mais de 30 anos,
talvez seja necessário rever toda a parte elétrica – saber se o
condomínio conta com um aterramento adequado e se segue as
recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como
um dispositivo de proteção diferencial residual, obrigatório em
edificações desde 1997.
Além de adequar as instalações do condomínio,
essas melhorias também reduzem ou eliminam fuga – e conseqüente
desperdício - de energia elétrica.
Estudos apontam que uma estrutura adequada reduz, em média, 5% do valor da conta de energia.
Outra troca que deve ser feita o mais rápido
possível em prédios antigos é a dos quadros de força. Nesses casos, não
só a estrutura de madeira pode ser danificada por cupins, como os fios
elétricos também. Até suas capas podem ser comidas pelo bicho.
A troca deve ser feita por uma estrutura de metal, mais resistente e adequada para o uso.
Quem estiver interessado em investigar as
condições elétricas de seu condomínio pode fazer uma verificação do
padrão médio de consumo das unidades, com uma empresa especializada.
Basta fazer um levantamento dos equipamentos
usados ali – é preciso contar com a ajuda dos moradores. Com esse dado, é
possível saber se o condomínio consegue atender a essa demanda de
maneira tranqüila.
Caso a resposta seja negativa, será necessário,
provavelmente, reprojetar o centro de medição do empreendimento, e
refazer todo o cabeamento, desde o centro de medição até as prumadas.
Também será necessário pedir à concessionária de energia por um aumento
na oferta de seu produto para o local.
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